Capítulo 10
Capítulo 10
Capítulo 10
Santiago telefonou avisando que Amado não estava no jardim de infância. O diretor informou que alguém o havia buscado.
Pela descrição do diretor, essa pessoa só poderia ser Noe, sem sombra de dúvida!
Inês rolou na cama, levantou–se cambaleante até a gaveta, pegou os medicamentos que havia abandonado e os engoliu de uma vez, engasgando–se antes de engolir os comprimidos sem água. Em seguida, secou as lágrimas e se ergueu mais uma vez.
Seus olhos, avermelhados, brilhavam com um ódio distinto enquanto ela apertava a roupa sobre o peito, os dedos tremendo sem parar.
Não importa… não tenha medo.
Noe Serpa, você levou minha última esperança, e agora lutarei contra você a qualquer preço!
Amado foi levado por Noe Serpa à tarde, e logo chegou à Mansão Serpa. Ao vé–lo, a mãe de Noe, Zora Braga, ficou petrificada. Text © by N0ve/lDrama.Org.
A senhora murmurou com lágrimas nos olhos: “Você é… o nosso neto Serpa?”
Amado manteve–se calado. A tristeza nos olhos de Zora parecia genuina, mas ele não queria se deixar envolver.
“Quem são seus pais?”
“A identidade da minha mãe não importa para vocês.”
Amado sorriu, uma criança de cinco anos com uma mente aguçada: “E quem é meu pai também não significa nada para mim.”
Noe entrou justamente quando ouviu Amado. Furioso, bateu à porta e questionou: “O que quis dizer com isso?”
Amado respondeu diretamente: “O significado é claro.”
Zora percebeu que o menino guardava grandes ressentimentos, especialmente contra a família Serpa, e não se atreveu a abraçá–lo, apenas o observou de longe:
Sua mãe… como ela está?”
Amado sorriu com doçura: “Na prisão, todos se alimentam por conta do Estado, então minha mãe está bem alimentada.”
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Ao escutar isso, Noe se enfureceu, segurou Amado pelo braço e o ergueu: “Quem te ensinou a ser tão sarcástico?”
Ele questionou com frieza: “Foi a Inês que te ensinou a falar assim, não foi?”
Amado respondeu com coragem: “Quem me ensinou? As pessoas no meu redor, Disseram que minha mãe foi presa, que ela matou alguém. Para ser franco, você disse isso na frente da minha mãe ontem.”
Noe sentiu uma dor aguda no peito e colocou Amado no chão furiosamente, rangendo os dentes: “Você aprendeu com sua mãe a ser assim, só para me provocar?”
“Se acha que estou te provocando, então me devolva.”
Amado o desafiou: “Você quer me usar para ameaçar minha mãe, mas isso só vai fazer com que a gente despreze você ainda mais.”
Desprezar ainda mais!
Por fim, ele admitiu, reconhecendo que o odiavam, e esse ódio tinha se infiltrado em
suas veias, virando rotina.
Sempre que Noe aparecia, Inês entrava em desespero, querendo escapar.
Foi por isso que, durante cinco anos, ela se mudou da Cidade Mar para a Cidade Azul, apenas para fugir dele!
Noe Serpa não sabia por que, mas a ira tomou conta dele, e ele começou a destruir vários objetos. Zora, com pesar, tentou acalmá–lo: “Noe, pare de destruir…”
Noe soltou uma risada gelada e subiu as escadas, enquanto Amado permanecia sentado no sofá, com uma expressão neutra.
Pai e filho, quando irritados, eram idênticos.
Zora chamou os empregados para arrumar a bagunça e sentou–se ao lado de Amado, perguntando com gentileza: “Você se assustou?”
Amado negou com a cabeça: “Não.”
Mas seus olhos estavam claramente vermelhos, um indicativo de seu medo.
“Qual é o seu nome?” – Zora sentiu um carinho especial pelo menino e queria conhecer melhor seu nome.
Amado a encarou: “Me chamo Amado.”
Capitulo 10
Zora hesitou em perguntar mais sobre a situação de Inês, mas, seguindo a menção de Amado, ela prosseguiu com cautela: ‘L sua mãe…”
“Não é necessário que a senhora se preocupe com minha mãe.”
Observando–o, um menino de cinco anos tão perspicaz e sábio, utilizando uma forma de tratamento tão formal e distante. Se aproximar dele no futuro seria um desafio…
Zora procurava a maneira adequada de iniciar uma conversa: “Amado, na verdade… sobre seus pais, naquela época…”
“Não é preciso dizer, eu sei.” – Amado a interrompeu: “Todos falam que minha mãe. errou, que cometeu um crime, então, ela mereceu o que aconteceu, eu entendo. Colhemos o que eles plantaram.”
Colhemos o que eles plantaram.
Sua fala soava como se estivesse se resignando a um destino cruel, mas essas palavras também apertavam o coração de Zora.
O menino não se importava com o fato de ter deixado a velha senhora com o coração pesado, simplesmente virou–se para contemplar a janela.
A noite estava densa, sem vestígios do amanhecer.